sexta-feira, 19 de setembro de 2008

entre as 11:00 e as 12:00 de Barcelona




Barcelona começou por ser uma troca ingénua de e-mails entre R.
R a desafiar-me a renunciar ao berço seguro da que fora sempre a minha cidade. Lisboa. O meu porto seguro sobre o Tejo iluminado. Quente.
Decidi ir-me, por cinco dias, com a certeza de uma entrevista na manhã seguinte. E, com a sensação constante de um frio que me gela o corpo de adrenalina e que me faz sentir viva. No pleno control daquela que é a minha existência. Eu e o mundo. Toda uma nova vida. Como se de uma fénix me tratasse, prestes a renascer das cinzas.
Barcelona é agora a cidade em que vivo. E da qual R já nao faz parte.
Barcelona eras tu e o D em cima do monte. Ali, mesmo ao virar do Park Güell. Um lugar suspenso sobre a cidade. Aparentemente serena, em tons quentes de ocre, em que o olhar se perde, tentando reconhecer os lugares. As ruas por onde passo, quando desço a pé, daquela que era a casa habitada por gargalhadas quentes e silêncios de um laranja sereno que fere.
Ficam agora as memórias do que se viveu. E, a certeza de que vos encontrarei, no meu porto. Já sob o Tejo, como se na varanda suspensa nos encontrasse-mos, num qualquer final de tarde. Depois de mais um dia de trabalho.




_polaroid, autoria Xanu_"a vista da minha casa para barcelona"


2 comentários:

Bruxinha disse...

Aleluia!Um post... lol
Linda, ao ler o teu post lembrei-me quando falamos ao telefone depois da tua entrevista de trabalho...
Sabes que te desejo tudo de bom.
Beijokas

O MEU OLHAR disse...

A vida tem destas coisas, uma “caixinha” de surpresas.
Lembro-me como se fosse hoje, estava a chegar ao Areeiro quando tocou o meu telemóvel, já sabia que eras tu pelo toque personalizado, estavas com a voz embargada, dando-me a notícia que a entrevista tinha-te corrido bem e, que o Arquitecto queria que ficasses logo a trabalhar. Tinhas ido por cinco dias a Barcelona e, logo na 1ª entrevista de trabalho tinhas sido aceite. Imagino porque te conheço, o choque que sentiste: um misto de alegria porque ias entrar no mercado de trabalho, depois de cinco anos de intensos estudos e trabalhos, muitas directas, algumas comigo ao lado, e, de um ano de estágio “gratuito”, ias finalmente exercer a profissão que escolheste. Triste por teres de o fazer no estrangeiro, de teres de deixar amigos e, a tua linda cidade de Lisboa
R que te incentivou a arriscar numa entrevista em Barcelona, resolveu com D, deixar a capital catalã e regressar à Pátria. Uma opção “discutível”, mas o que não é discutível nesta vida?
Hoje na varanda que te acolheu no teu primeiro mês de emigrante, não tens a presença de R e D, mas ela por “caprichos do destino”, continua ocupada por amigos portugueses acabados de chegar, uns para estudarem, outros para estagiarem e, outros para trabalharem.
A vista é excelente (eu adoro, tive o privilégio de aí ter estado no jantar de despedida de R e D, foi um óptimo jantar, jamais o esquecerei) tem-se um excelente ângulo de visão, vislumbramos praticamente toda a cidade de Barcelona, como se pode observar pela excelente foto.
Continua a aproveitar esse excelente espaço, com os amigos do Norte (carago).
R e D estão numa nova caminhada, desejo-lhes toda a sorte do MUNDO; eles merecem-no e, não te esqueças nunca que as varandas existem em toda a parte do MUNDO, mas se porventura existir algum lugar recôndito que, ainda não tenha nenhuma varanda, cabe a vocês que são arquitectos, projectá-la e construí-la, de preferência um pouco mais ampla, para receberem mais amigos e, principalmente virada para um MUNDO MELHOR, está nas vossas mãos!
Um beijo do teu pai.