sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A dúvida

Tu és a dúvida a apoderar-se dos cantos meus,
das feridas cicatrizadas de um vermelho vivo,
ainda frio.
Chegas rodopiando em pontas,
num moviento suave com a brisa perfumada. A tua.
A dúvida. A consciência da dúvida...
Tu, em todos os recantos meus.
Eu, a abrir-te a porta: de uma madeira pesada, com cheiro. O meu.
O medo e o frio que a atravessa.
Tu, do outro lado da porta e,
em todos os cantos e recantos meus.
E eu, imóvel, à porta...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

16:30. hora na Catalunha, numa realidade paralela á tua...

A monotonia cinzenta dos dias...
Chega e apodera-se como a aurora se anuncia todos os dias. A monotonia. Tacteia com as pontas dos dedos dos raios de um quente ainda suave. Avança conquistando a minha pele.
Fecho os olhos.
Demoro-me na escuridao. Na minha. Conheço-lhe o toque àspero das paredes. As minhas. Outrora de um amarelo vivo. Um amarelo com som. O meu.
Agora, é de um silêncio agudo, que gela, enquanto percorro os corredores da minha casa.Demoro-me um pouco mais...Naqueles que já foram os teus corredores, através dos quais chegavas até mim.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

01:13, Hora em Barcelona

No quarto, dentro da cama,
as minhas pernas tocam o tecto do peso dos lençois,
vermelhos.
Em frente,
um relógio sem corda dita o tempo.
E, procuro-me...
Encontro-me nos silêncios rasgados pelo negro da tinta,
fiel,
às linhas do meu caderno. Que repousam,
no leito, vermelho,dos meus lençois.
Nos entretantos, a pausa.
O silêncio interrompido por um carro que chega. Que passa o portão.
E eu grito:
Deixa de querer-me.
Era tudo o que eu queria ouvir-te dizer.
Diz-me...
Rasga os silêncios. Os teus.
Acaricia as tuas cordas, com os teus dedos delicados e esguios.
Dedilha o peso dos sons destas palavras graves.
Deixa que o Inverno chegue.
Perene. Com a morte anunciada das tuas palavras.
Que do negro do teu baixo, se dite o fim do teu silêncio.
E, que esta seja a fúnebre melodia,
do início dos meus dias.
Deixa-me acordar,
noutra cidade.
A minha.
Sem querer-te, e, recordar-te,
apenas, como se de um sonho te tratasses.
Acordo.
É já outro dia.
Aguardo...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

entre as 11:00 e as 12:00 de Barcelona




Barcelona começou por ser uma troca ingénua de e-mails entre R.
R a desafiar-me a renunciar ao berço seguro da que fora sempre a minha cidade. Lisboa. O meu porto seguro sobre o Tejo iluminado. Quente.
Decidi ir-me, por cinco dias, com a certeza de uma entrevista na manhã seguinte. E, com a sensação constante de um frio que me gela o corpo de adrenalina e que me faz sentir viva. No pleno control daquela que é a minha existência. Eu e o mundo. Toda uma nova vida. Como se de uma fénix me tratasse, prestes a renascer das cinzas.
Barcelona é agora a cidade em que vivo. E da qual R já nao faz parte.
Barcelona eras tu e o D em cima do monte. Ali, mesmo ao virar do Park Güell. Um lugar suspenso sobre a cidade. Aparentemente serena, em tons quentes de ocre, em que o olhar se perde, tentando reconhecer os lugares. As ruas por onde passo, quando desço a pé, daquela que era a casa habitada por gargalhadas quentes e silêncios de um laranja sereno que fere.
Ficam agora as memórias do que se viveu. E, a certeza de que vos encontrarei, no meu porto. Já sob o Tejo, como se na varanda suspensa nos encontrasse-mos, num qualquer final de tarde. Depois de mais um dia de trabalho.




_polaroid, autoria Xanu_"a vista da minha casa para barcelona"


segunda-feira, 24 de março de 2008

Páscoa en BCN
















foto and text by i.

... num dia em que todos nós nos juntámos, ano após ano, à mesa com a família, eis o primeiro na boa companhia dos amigos e de um belo arroz de marisco... Parabéns às cozinheiras!
Estava muy rico!!!!

Uno destos días...

...enquanto fechava os olhos e tentava adormecer…


Lisboa é luz…é perdermo-nos por entre ruas, ruelas e becos e, reencontrar-me nos vazios preenchidos por fado.

Lisboa é memória de uma cidade que deixei menina e à qual regresso mulher.


A Lisboa regressarei…

sexta-feira, 21 de março de 2008

Nosotras en Malvarosa

















sol de inverno .
[... ] espaço que a 5 pessoas fez recordar a importância de respirar o «tempo».

terça-feira, 18 de março de 2008

11:31 Hora em Catalunya


Dez. Manhä.
Pepe, verde. Cinco. Amigos. Autopista. Velocidade. Destino: Montblanc. Finalidade: Calçots. Treze. Total. Conta...brutal! De regresso...Paragem:Stiges. Por fim. Barcelona...

quinta-feira, 6 de março de 2008

Nosaltres i... la paella!


















Um Domingo.
Uma ida ao monte.
Um grupo de amigos...


O cenário:
uma varanda suspensa sobre Barcelona,
ali ao virar da esquina...o Park Güell.


Neste dia,
apenas personagens principais.
As horas passam,
ao nosso ritmo,
ao som das nossas conversas, das nossas gargalhadas.


Sobre a mesa...
A "Paella da Lili".

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Nosotros en VLC
















Faltavas tu I.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Entre postais...

Para ti pai...partilho o poema, de Eugénio de Andrade, que enviaste no dia dos meus anos, o primeiro que passei longe de ti, de vocês.



Que soldado tão triste esta chuva
sofre as sílabas escuras do outono
sobre o Tejo as últimas barcas
sobre as barcas uma luz de desterro.


Já foi lugar de amor o Tejo a boca
as mãos foram já fogo de abelhas
não era o corpo dessa amarga
pedra do fio


Sobre o Tejo cai a luz das fardas
é tempo de dizer adeus.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

0:55_hora catalã

Menos uma hora em Lisboa. Viajo por momentos...Acordo.
Situo-me. Reconheço as paredes...a luz...o cheiro.
Estou no meu quarto.
Pequeno. Cinzento.
Meu.
Regresso a Barcelona. Faz um ano que cheguei...que aqui vivo...
Um ano depois, crio-te.
...pretendo apenas deixar a minha impressão e partilhar o meu tempo...